quinta-feira, 16 de junho de 2011

A juventude não se encontra na cronologia, mas no coração!

Minha meta: A juventude de Cristo



Você se considera jovem ou velho? Cuidado ao responder essa pergunta! Se você se basear apenas na sua idade cronológica, pode errar feio. Há pessoas velhas, mas que são, interiormente, extremamente jovens e, infelizmente, há muitos jovens velhos. Enquanto é lindo ver pessoas velhinhas com uma alma que irradia juventude, é triste demais ver tantos jovens com o coração e o semblante envelhecidos. Esses jovens perderam a ESPERANÇA.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “esperança é a virtude que responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração do homem; ela protege contra o desânimo, dá alento em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna”(1). Por isso, o jovem sem esperança é também um jovem envelhecido. Mas como nós, jovens, perdemos aquilo que nos define?
Todas as vezes que os fracassos que acumulamos durante nossa vida se tornaram nossos tesouros e nos fizeram perder a coragem de utilizá-los como trampolim para o futuro, ganhamos fios brancos na cabeça, enrugamos porque deixamos morrer em nós a resposta da aspiração pela felicidade que Deus colocou em nosso coração.
A ausência da esperança faz com que passemos a dar mais importância para o nosso passado do que para o futuro e com isso ficamos remoendo tudo o que já vivemos de ruim, passamos a cultivar a morte e, com isso, a vida se vai e o presente se acaba. Uma decepção com um amigo, um sonho que não se realizou ou até mesmo coisas muito positivas pelas quais passamos, mas que por algum motivo acabaram, como um namoro ou uma fase da vida na qual tínhamos muitos amigos, são experiências que marcam as nossas vidas, mas “é a esperança que dilata nosso coração na expectativa da bem-aventurança eterna.”
Decepções e fracassos doem, é claro! Mas não podem deixar morrer em nós aquilo que é próprio da nossa juventude, como o vigor, o entusiasmo, a vivacidade, a intensidade, o desejo por desafios, a vontade de nos arriscar e, sobretudo, a capacidade de tornar extraordinário aquilo que parece ser insignificante. Não podemos nunca nos esquecer de que “o jovem tem horizonte largo, ânimo magno. Quem é jovem sente isso nas vísceras: todo ele é uma abertura para o infinito. Todo ele é um caminho aberto para a plenitude”(2).
Nós, jovens, precisamos de algo em que possamos apostar nossas energias, investir nossas vidas e que não perderá o valor quando alcançado. Enquanto o mundo nos ensina a ter metas como, por exemplo, passar no vestibular, arrumar um bom emprego, comprar um carro e uma casa, Cristo nos convida a ter ideais, sendo o maior deles a vida eterna.
E, porque somos atraídos pelo eterno (um amor que seja intenso, uma amizade verdadeira e uma felicidade que dure para sempre), todas as nossas metas correm um grande risco de perderem o brilho depois de conquistadas. Cristo é aquele que conhece todas as nossas aspirações de felicidade, Ele dá valor e brilho a elas e nos chama a ter um olhar que vai além das nossas metas passageiras; por isso, pela voz da Igreja nos anima: “Jovens, não tenhais medo de ser santos! Voai a grande altura, considerai-vos entre aqueles que voltam o seu olhar para metas dignas dos filhos de Deus” (3).
Se os nossos olhos se mantiverem fixos em Cristo, a nossa felicidade e realização não estará condicionada à conquista ou não de nossas metas pessoais, pois o que de fato valerá é que o nosso ideal permanecerá conosco.
Quando nosso ideal é a vida de Cristo, somos impelidos a responder com coragem e vivacidade aos desafios que a vida irá nos proporcionar e ainda que por detrás deles haja dor, aprenderemos a mais importante das lições: “caminhando entre as coisas que passam abraçamos as que não passam”(4).
Ser jovem como Cristo foi! Essa deve ser a nossa meta primeira, nisso se esconde o mistério de abraçar a juventude como qualidade da alma e não apenas como uma fase da nossa vida. Ter Cristo como ideal nos garante uma alegria essencial e permanente (que não é acidental, momentânea, mentirosa e que não se baseia naquilo que é externo: prazer, vaidade, amores superficiais), mas nos leva a um estado de profunda realização.
Não nos esqueçamos: um futuro feliz está a nossa espera, mas só seremos verdadeiramente jovens e felizes se assumirmos que, “como filhos de Deus, estamos destinados a uma plenitude sem limitações”(5). É hora de rever nossas metas, de olhar para nossos sonhos, projetos de vida e nos perguntarmos se eles estão passando pelo ideal – Cristo.
(1) “Catecismo da Igreja Católica”, 1992, n. 1818.
(2) R. CIFUENTES, “A força da juventude”, 2006, Quadrante, p.60.
(3) JOÃO PAULO II, “Mensagem do Santo Padre aos jovens pela ocasião da VI Jornada Mundial da Juventude”.
(4) Cf. “Missal Romano, Oração depois da comunhão para os dias de semana do Advento”, p.134.
(5) R. CIFUENTES, “A força da juventude”, 2006, Quadrante, p.76.
Mirian Silva
Discípula na Comunidade Pantokrator
Paola Perez

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